quarta-feira, 29 de maio de 2013

Permutas - Escrita criativa


O exercício proposto aos alunos do 9º. 4 consistiu na modificação de um texto através da substituição de certas palavras ou grupos de palavras, por outras /os com o mesmo sentido, podendo proceder às alterações consideradas necessárias.  
Apresenta-se aqui um dos trabalhos realizados pelos alunos.


Na sala de estar, ao mesmo tempo de jantar, havia um sofá de pelúcia vermelha, por detrás da mesa. Não era comparável ao da sala de visitas, não só por não ser azul celeste, mas também por não estar em vários sítios puído e desbotado. Nele, os avós sentavam-se lado a lado, e não havia refeição em que não me saltasse à vista como era baixa a avó e alto o avô. Eu empoleirava-me numa cadeira, elevada por duas almofadas. Depois da refeição terminada, o avô punha um barretinho na cabeça e rezava, as mãos no colo, uma em cima da outra. Em seguida, tirava-me da cadeira, aconchegava-me entre os joelhos e pousava-me a mão direita sobre a cabeça. Era assim que me abençoava dia após dia, e sempre com a mesma calma, a mesma solenidade, o mesmo amor.   Embora o costume da avó fosse ter pressa e não se deixar um momento desocupada, nunca se levantava antes de o avô me ter abençoado. Só então corria de cá para lá e de lá para cá. Era o momento propício para o avô e eu nos divertirmos. Aliados, unha com carne, tínhamos a avó como inimigo comum. Gatinhávamos no chão e brincávamos aos cavalinhos.  Se a avó voltava inesperadamente e nos apanhava em flagrante, desmanchava o nosso prazer, porque o avô tinha de ouvir coisas feias como:
Desperdiças o tempo do Senhor. E ainda por cima, amimalhas a menina.”                
                                                                                      Ilse Losa, O Mundo em que Vivi

Na sala de estar, na hora de jantar, havia um sofá de pelo  encarnado, por detrás da mesa. Não era semelhante ao da sala de visitas, não só por não ser azul do céu, mas também por não estar em vários sítios desgastado e desvanecido. Nele, os avós sentavam-se lado a lado, e não havia refeição em que não reparasse como era baixa a avó e alto o avô. Eu subia para  uma cadeira, elevada por duas almofadas. Depois da refeição chegar ao fim, o avô punha um barretinho na cabeça e orava, as mãos nas pernas, uma sobreposta à outra. Depois,  tirava-me da cadeira, acomodava-me entre os joelhos e colocava-me a mão direita sobre a cabeça. Era assim que me favorecia todos os dias, e sempre com a mesma tranquilidade, a mesma solenidade, o mesmo amor.      Ainda que o  costume da avó fosse ser apressada e não se deixar um momento quieta, nunca se levantava antes de o avô me ter abençoado. Só então corria de um lado para o outro. Era o momento favorável para o avô e eu nos entretermos. Companheiros, muito unidos, tínhamos a avó como nossa adversária. Andávamos de gatas no chão e saltávamos.”                          
                                                                                                           Mónica, Leonel, Marta

Sem comentários: