O exercício proposto aos alunos do 9º. 4 consistiu na modificação de um texto através da substituição de certas palavras ou grupos de palavras, por outras /os com o mesmo sentido, podendo proceder às alterações consideradas necessárias.
Apresenta-se aqui um dos trabalhos realizados pelos alunos.
Na sala de estar, ao mesmo tempo de jantar, havia um sofá de pelúcia
vermelha, por detrás da mesa. Não era comparável ao da sala de
visitas, não só por não ser azul celeste, mas também por não estar em
vários sítios puído e desbotado. Nele, os avós sentavam-se lado a
lado, e não havia refeição em que não me saltasse à vista como era baixa
a avó e alto o avô. Eu empoleirava-me numa cadeira, elevada por duas
almofadas. Depois da refeição terminada, o avô punha um barretinho na
cabeça e rezava, as mãos no colo, uma em cima da outra. Em
seguida, tirava-me da cadeira, aconchegava-me entre os joelhos e pousava-me
a mão direita sobre a cabeça. Era assim que me abençoava dia após dia,
e sempre com a mesma calma, a mesma solenidade, o mesmo amor. Embora o costume da avó fosse ter
pressa e não se deixar um momento desocupada, nunca se levantava
antes de o avô me ter abençoado. Só então corria de cá para lá e de lá para
cá. Era o momento propício para o avô e eu nos divertirmos. Aliados,
unha com carne, tínhamos a avó como inimigo comum. Gatinhávamos
no chão e brincávamos aos cavalinhos. Se a avó voltava inesperadamente e nos
apanhava em flagrante, desmanchava o nosso prazer, porque o avô
tinha de ouvir coisas feias como:
“Desperdiças o tempo do Senhor. E ainda por cima, amimalhas
a menina.”
Ilse Losa, O Mundo em que Vivi
“Na sala de estar, na hora de jantar,
havia um sofá de pelo encarnado, por detrás da mesa.
Não era semelhante
ao da sala de visitas, não só por não ser azul do céu, mas também por não estar em vários
sítios desgastado
e desvanecido.
Nele, os avós sentavam-se lado a lado, e não havia refeição em que não reparasse como era
baixa a avó e alto o avô. Eu subia para uma
cadeira, elevada por duas almofadas. Depois da refeição chegar ao fim, o avô
punha um barretinho na cabeça e orava, as mãos nas pernas, uma sobreposta à outra. Depois, tirava-me da cadeira, acomodava-me entre os
joelhos e colocava-me a mão direita sobre a cabeça. Era assim que me favorecia todos os dias, e sempre com a mesma tranquilidade, a
mesma solenidade, o mesmo amor. Ainda que o costume da avó fosse ser apressada e não
se deixar um momento quieta, nunca se levantava antes de o avô me ter
abençoado. Só então corria de um lado para o outro. Era o momento favorável para o avô
e eu nos entretermos.
Companheiros, muito unidos,
tínhamos a avó como nossa
adversária. Andávamos
de gatas no chão e saltávamos.”
Mónica, Leonel, Marta
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