A leitura de “Circe” representou um desafio que encarei com
um misto de curiosidade e ceticismo.
Curiosidade em descobrir mais sobre a história desta figura mitológica,
apresentada e representada com grande mestria, quer no campo literário, quer no
domínio artístico, por uma aluna, no passado ano letivo. O ceticismo prendia-se
sobretudo à complexidade da trama de relações que ligam as personagens
desta obra: os deuses, heróis e outros seres mitológicos que ganham vida
através das palavras da escritora. A leitura de “Circe” não defraudou as minhas
expectativas ao nível da informação rigorosa e do encadeamento de factos e ações,
direi mesmo que as ultrapassou, em matéria de análise de características e ações
das personagens, conferindo-lhes uma consistência tal que ganham contornos de
intemporalidade.
Sem se desviar do contexto histórico, a autora usa as suas
personagens para analisar e promover a reflexão sobre questões essenciais como
a qualidade da natureza humana e dos valores que nos movem.
A finitude da vida humana versus
a imortalidade das divindades é outro tópico de análise que perpassa a
narrativa de ”Circe”, ela própria uma materialização dessa dicotomia: humano /
imortal.
Ler “Circe” significa também uma viagem ao mundo fantasioso da mitologia clássica com uma multiplicidade de figuras interligadas por uma ordem e um sentido únicos, que somos convidados a conhecer. (F. P.)
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