Quisemos deixar um breve registo do espaço lateral da nossa BECRE, onde são afixados os textos na rubrica Leituras sugeridas por. Esta semana, quem por aqui passou sentiu-se interpelado pelo poema de Sophia de Mello B. Andresen que a professora Fernanda Duarte escolheu.
Ouve:
Como tudo é tranquilo e dorme liso;
Claras as paredes, o chão brilha,
E pintados no vidro da janela
O céu, um campo verde, duas árvores.
Fecha os olhos e dorme no mais fundo
De tudo quanto nunca floresceu.
Como tudo é tranquilo e dorme liso;
Claras as paredes, o chão brilha,
E pintados no vidro da janela
O céu, um campo verde, duas árvores.
Fecha os olhos e dorme no mais fundo
De tudo quanto nunca floresceu.
Não toques nada, não olhes, não te lembres.
Qualquer passo
Faz estalar as mobílias aquecidas
Por tantos dias de sol inúteis e compridos.
Qualquer passo
Faz estalar as mobílias aquecidas
Por tantos dias de sol inúteis e compridos.
Não te lembres, nem esperes.
Não estás no interior de um fruto:
Aqui o tempo e o sol nada amadurecem.
Não estás no interior de um fruto:
Aqui o tempo e o sol nada amadurecem.
Sophia de Mello B. Andresen, Coral 1ª ed.
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