O tempo apaga tudo
menos o indelével traço
que o não vivido deixa
Sophia de Mello Breyner Andersen é a poeta cuja obra tem suscitado múltiplas leituras e um interesse sempre renovado pela aparente limpidez das suas palavras que encerram uma consciência profunda e por vezes dramática da arte de (con)viver. Um percurso menos linear do que frequentemente é sugerido, onde se cruzam múltiplas referências: as da infância, vivida no norte da Europa, com as vivências pessoais, familiares, políticas e intelectuais decorridas em Portugal. A entrega do seu espólio à BN, associada à realização de um colóquio internacional, coordenado pela filha mais velha (Maria), deverá constituir uma oportunidade para aprofundar o conhecimento desse vulto da literatura portuguesa, esperando conhecer melhor a sua "claridade opaca", uma expressão da filha, ela mesma uma estudiosa da obra de Sophia e a convidada pelo Câmara Clara para partilhar o seu conhecimento da grande escritora portuguesa.
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