segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Autor de Novembro - L. Tolstói

"O mal não pode vencer o mal. Só o bem pode fazê-lo."

"Eu escrevo livros, por isso sei todo o mal que eles fazem. "

"O dinheiro representa uma nova forma de escravidão impessoal, em lugar da antiga escravidão pessoal."

"Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência."

"A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira."

Lev Nikoláievich Tolstói, foi um dos grandes vultos da literatura russa e mundial, que viveu no século XIX. Entre as suas obras mais famosas destacam-se Guerra e Paz, sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e Anna Karenina, onde expõe de forma crítica o ambiente social da época: a hierarquia, a falsa moralidade, o vazio existencial de uma classe privilegiada que não dependia do seu trabalho para garantir a sobrevivência, ao contrário da massa de camponeses que constituía a base da pirâmide social da Rússia, no século XIX.
Tolstói dedicou também os últimos anos da sua vida à difusão dos seus ideais pacifistas e humanitários, inspirando outros notáveis, como M. Ghandi, na tentativa de recuperar o espírito do cristianismo original, conseguindo reunir à sua volta um conjunto de “discípulos” e admiradores que acompanhavam e partilhavam das suas reflexões, o que contribuiu para dar uma maior projecção social e política à sua intervenção, considerada por muitos dos seus contemporâneos, um movimento de renovação religiosa, critico da religião ortodoxa, russa, o que lhe granjeou uma notável popularidade, atestada neste excerto da obra a última estação, de Jay Parini:
« (…) Cristo é Cristo. Mas Lev Nikoláevitch é seguramente um dos seus profetas. Tenho sorte por o conhecê-lo tão bem quanto conheço. (…)
Quando chegámos ao tribunal, a rua estava cheia de gente. Foi muito semelhante ao que acontecera na estação de Kursk em Moscovo,no início do mês, quando Lev Nikoláevitch deu por si submergido numa multidão de admiradores, milhares deles, todos a gritar o seu nome a plenos pulmões. (…) toda a espécie de pessoas, mas principalmente pedintes, que imaginavam que o “Conde”, como continuavam a chamar-lhe, poderia fazer um milagre por eles. Muitos esticavam os braços apenas para tocar no casaco dele à sua passagem.»
.
Esta obra é uma ficção construída a partir de um conjunto de testemunhos de um grupo restrito que privou com Tolstói no último ano da sua vida, incluindo a sua mulher e alguns dos seus filhos, em particular a filha Aleksandra (Sacha), que estabeleceu com ele uma relação privilegiada. Os testemunhos tão diversos, expostos de uma forma solta e descomprometida permitem entrever a complexa teia de relacionamentos que projectou e mistificou a figura de Léon Tolstói.

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