domingo, 23 de janeiro de 2011

Olhares sobre Sophia de Mello Breyner Andresen

O tempo apaga tudo
menos o indelével traço
que o não vivido deixa
Sophia de Mello Breyner Andersen é a poeta cuja obra tem suscitado múltiplas leituras e um interesse sempre renovado pela aparente limpidez das suas palavras que encerram uma consciência profunda e por vezes dramática da arte de (con)viver. Um percurso menos linear do que frequentemente é sugerido, onde se cruzam múltiplas referências: as da infância, vivida no norte da Europa, com as vivências pessoais, familiares, políticas e intelectuais decorridas em Portugal. A entrega do seu espólio à BN, associada à realização de um colóquio internacional, coordenado pela filha mais velha (Maria), deverá constituir uma oportunidade para aprofundar o conhecimento desse vulto da literatura portuguesa, esperando conhecer melhor a sua "claridade opaca", uma expressão da filha, ela mesma uma estudiosa da obra de Sophia e a convidada pelo Câmara Clara para partilhar o seu conhecimento da grande escritora portuguesa.

Poesia em construção - "Completar poemas"

A substituição de apenas algumas palavras nos textos originais que foram dados aos alunos (a negrito), um exercício relativamente simples, foi o suficiente para mostrar a plasticidade do texto literário e a multiplicidade de leituras que enriquecem o sentido da escrita. Deixamos alguns exemplos do desafio colocado aos alunos do 8º.1 no âmbito do Clube de Poesia.
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Quem foi o arquitecto
Que fez/desenhou este Café
tão longe da natureza/cidade
e tantos/dos homens de pé?

Criado: põe esta gente na rua (...)
E abre um buraco no tecto (...)
que eu quero ver/ver a lua. (...)

José Gomes Ferreira (texto original) Ana Margarida e Camila Silva - 8º.1

Viajar! Perder/Conhecer países!
Ser outro/feliz constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver/amores somente.

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência/perda de ter um fim,
E da ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
mas faço-o sem ter de meu
mais que o sonho/mundo da passagem.
O resto é só terra/mar e céu.

Fernando Pessoa (texto origenal) / Delmira e Liliana, 8º. 1

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Autor do mês de Janeiro 2011

"Tudo o que vemos ou parecemos não passa de um sonho dentro de um sonho"
Edgar Alan Poe autor norte-americano, nascido a 19 de Janeiro de 1909, destacou-se como escritor de contos e poemas, representativos de um estilo de literatura fantástica, além de editor e crítico literário.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Comunicar com poesia

Um raio de luz
Na escuridão da minha vida,
Aparece um raio de luz sorridente,
Sem pedir qualquer tipo de perdão.
Esse raio de luz
É a minha saída dessa escuridão eterna,
Que me salva.
Onde estás?
Por que não estás aqui?
Preciso de ti...
Meu raio de luz alegre,
De ti sou dependente
Mental e fisicamente,
Por favor! Por favor...
Volta!
Meu raio de luz,
És só tu que me dás calor
Com esse teu amor
Meu raiozinho de luz.
André Batoca, 10º. 6

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Um cadáver esquisito

Partindo de um conjunto de perguntas iniciadas por: "o que é um/uma?", a que se seguiu uma série de afirmações introduzidas por uma expressão equivalente, os alunos da turma 3 do 8º. ano construíram metáforas interessantes, através de um exercício dinâmico e vivamente participado, de que deixamos aqui alguns exemplos: O que é uma tartaruga rápida?
- É uma bola com asas.
- É uma pistola sem balas.
- É um animal perigoso à solta.
- É uma bola que salta muito.

O que é uma senhora perdida?
- É um tapete com prateleiras.
- É uma cabeça branca O que é um coração partido?
- É uma grande morte.
- É um veneno quase mortal.
- É um livro aberto.
- É um buraco sem fundo.
- É um livro folheado.
- É uma árvore despida.
- É uma televisão sem imagem.

O que é um livro aberto?
- É um local cheio de vida.
- É uma chave longa.
- É uma estrela brilhante.
- É um local cheio de vida.
- É um tapete voador.
- É uma árvore destruída.
O que é uma livraria sem livros?
- É um lista de folhas brancas.
- É uma cama sem pernas.
- É uma fca sem bico.
- É um quadro sem ardósia.
O que é uma escola do futuro?
- É um navio cor-de-rosa.
- é um jogo viciante.
- É uma girafa sem pescoço.

O que é uma mulher bonita?
- É uma flor cheirosa.
- É um lago azul..
- É uma baleia assassina.
- É uma caneta mágica.
- É um travesti feio.
- É uma grande boneca.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A poesia da História

D. Sebastião
Oh! Vós que haveis desaparecido
Naquela batalha sem ponto de viragem para nós!
O Reino de Portugal derramou rios de lágrimas,
E nós aguardámos por vós,
Naquele nevoeiro da mentira.

Vosso tio-avô tomou o lugar,
Pois vossa alteza não voltara por aquele mar
Mas o sucessor não resistiu à idade
E Portugl tornou-se Espanha sem piedade,
Longos anos durou esse inferno!
Para muitos, foi eterno...

André Batoca, 10º - 6