Férias e viagem combinam na perfeição, sendo que há múltiplas formas de viajar e uma imensidão de roteiros que podem ser explorados, mesmo sem ter de fazer grandes deslocações no espaço. A leitura é o melhor veículo para essas viagens que nos levam a lugares únicos e aos quais podemos voltar sempre com um olhar e uma motivação diferentes.
Se acontece lermos
vários livros num mesmo período de tempo, cruzam-se rotas e destinos em histórias
contadas por autores com estilos próprios, que confluem na experiência pessoal
do leitor, enriquecendo o seu olhar sobre o mundo, os outros e a vida.
As minhas
deambulações pelo mundo da escrita feita leitura, para mim, levaram-me até autores
dos quais ainda não lera livros, como Francisco Moita Flores. Em “Não
há lugar para divorciadas”, destaca-se um olhar sarcástico sobre uma franja
social tocada pela descarada ambição escudada no favoritismo político e no
desvirtuar do sentido de causa pública, que o autor parece conhecer bem, um
registo com o qual não consegui grande identificação, ao contrário do que se
passou com a leitura, ainda em curso, do livro de João Tordo: “ Manual
de sobrevivência de um escritor…” que, num dos capítulos, cita Aristóteles:
Se queres escrever bem, pensa como um sábio, mas expressa-te como as pessoas comuns. Agora, reescrevendo as palavras sublinhadas, dou comigo a pensar que o facto de a escrita de Moita Flores se situar neste registo não me levou a apreciá-lo mais, mas outros leitores terão uma impressão distinta, com certeza. (Fátima P.)
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