O convivio natalício que juntou professores e funcionários da escola para um lanche, que se seguiu a um momento musical, foi rematado, de forma particularmente afetiva, com a leitura de um conjunto de versos, escritos pela professora Clara Botelho, em homenagem às funcionárias da ESBF;
“Uma palavra de afeto pode aquecer 3 meses de Inverno” - Provérbio japonês
Temos uma escola nova, grande, fria e com muito betão
Muitas coisas mudaram com as nossas obras…
Parece que nestes corredores, feitos para correr…
São as coisas boas que ficam por dizer!
Há tempo para criticar mas raramente para louvar…
Hoje o que eu quero, então, não é criticar o betão, mas enaltecer o cimento!
O cimento da União…
Quem ajuda os alunos, sempre com muita discrição,
Quem os ouve, os observa e lhes dá a mão,
Sem Pit, sem Planos, sem medidas de integração,
Apenas com carinho, bom senso e dedicação?
Quem ajuda os professores, brinca ou anima conforme a situação?
Lima as arestas do dia-a-dia, arranja fotocópias de última hora…
Leva comprimidos à sala para aliviar a tensão?
E toda a escola, no Natal e na Páscoa decora?
“Ó professora, falta assinar no dia doze!
Ó professor, vou buscar o livro de ponto!
Professora, está com um ar triste, hoje…
Professor, precisa da minha intervenção?”
Quem consola nos momentos de luto?
Quem traz alegria nos dias de festa e limpa tudo quando o pano cai?
Quem enche a igreja quando um de nós se vai…
Quem marca presença quando um abraço é tudo?
Mães coragem, mulheres pacientes e avós presentes…
Perante a crise, queixam-se menos e trabalham mais…
Rissóis, croquetes e outros que tais…
Enchem-se de força, ajudam todos e sempre contentes!
São as nossas funcionárias e quero hoje agradecer
Por todo o carinho e todo o bem que nos sabem fazer
D. Ana, Adelinda, Lúcia, Natália ou Conceição…
Para sempre os vossos nomes estão gravados no nosso coração!
Não é de hoje a vontade de vos prestar homenagem…
Fui à Junta de Freguesia perguntar
O que se podia fazer, talvez um evento?…
Parece que para esse fim, de momento
Nada se pode arranjar!
O país não dispõe de verba para encorajar!
A troika não dá espaço ao sentimento
É preciso é trabalhar e marchar, marchar!
Resta-me então as palavras…
As palavras são livres e gratuitas por enquanto
E podem valer mais do que um subsídio e outro tanto!
São belas e frágeis como flores
Mas podem atenuar as nossas dores…
É preciso cuidado com as palavras…
Pois se é certo que as ocas as leva o vento…
Também é verdade que as fortes ficam a morar no pensamento…
Fiquem então com esta por muito tempo:
Obrigada!
Clara Botelho
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