Na minha infância, o tempo de férias era também um tempo de muitas e diversificadas leituras, que preenchiam os intervalos entre as horas mais frescas da manhã, passadas na praia, e os finais de tarde, aproveitados para passeios ou brincadeiras que abriam o apetite para as noites cálidas dessa estação que se prolongava, sem grandes surpresas, entre Junho e Setembro.
Para muitos outros este foi e continua a ser um tempo de leituras, especialmente seleccionadas para tornar mais agradável o período das férias, o que não significa que não se façam também noutros momentos e noutros tempos, hoje como antes.
Não obstante, reflectir e escrever a propósito deste tema vai ser certamente muito diferente para os leitores do século XXI, como nos quis fazer entender o professor, investigador e autor Daniel Cassany na conferência que proferiu em 26 de Junho de 2009, no Fórum RBE, com o título Práticas lectoras de nativos digitales: descripción, reflexiones y sugerencias para bibliotecários. Este autor refere a existência de uma leitura/escrita vernácula que atravessa a camada jovem, utilizadora de suportes e tecnologias distintos dos que marcaram as anteriores gerações e que não pode ser ignorada ou desprezada, nem considerada “lixo” comunicacional.
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