quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Autor de Fevereiro - Cesário Verde

1855: A 23 de Fevereiro, nasce José Joaquim CESÁRIO VERDE, em Lisboa.
1857: Peste em Lisboa; a família refugia-se na sua quinta de Linda-a-Pastora.
1865: A família muda-se para Lisboa. Cesário conclui a instrução primária e começa a estudar inglês e francês.
1872: Cesário começa a trabalhar na loja de ferragens do pai, na Rua dos Fanqueiros.
1873: Matricula-se no Curso Superior de Letras, onde se torna grande amigo do escritor Silva Pinto. Publica os seus primeiros poemas no Diário de Notícias.
1874: Publica mais poemas no Diário de Notícias, Diário da Tarde e A Tribuna. Ramalho Ortigão crava-lhe uma Farpa a propósito do poema “Esplêndida”. Boémia revolucionária no “Martinho”.
1876: Desenvolve negócios. Convive com Guerra Junqueiro, Gomes Leal e João de Deus.
1880: Publica “O Sentimento dum Ocidental” no Jornal de Viagens, dedicado ao tricentenário de Camões.
1881: Cesário participa no “Grupo do Leão” e convive com Abel Botelho, Alberto de Oliveira, Fialho de Almeida, Gualdino Gomes e com os pintores José Malhoa, Silva Porto, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro.
1884: Publica “Nós”. Deixa de frequentar os meios literários.
1886: Extremamente doente, instala-se em Caneças. Vai depois para casa de um amigo, no Lumiar, onde vem a morrer a 19 de Julho.
1887: Silva Pinto edita O Livro de Cesário Verde.

Nós
I
Foi quando em dois verões, seguidamente, a Febre
E a Cólera também andaram na cidade,
Que esta população, com um terror de lebre,
Fugiu da capital como da tempestade.

Ora, meu pai, depois das nossas vidas salvas
(Até então nós só tivéramos sarampo).
Tanto nos viu crescer entre uns montões de malvas
Que ele ganhou por isso um grande amor ao campo!

Se acaso o conta, ainda a fronte se lhe enruga:
O que se ouvia sempre era o dobrar dos sinos;
Mesmo no nosso prédio, os outros inquilinos
Morreram todos. Nós salvámo-nos na fuga.

Na parte mercantil, foco da epidemia,
Um pânico! Nem um navio entrava a barra,
A alfândega parou, nenhuma loja abria,
E os turbulentos cais cessaram a algazarra.

Pela manhã, em vez dos trens dos baptizados,
Rodavam sem cessar as seges dos enterros.
Que triste a sucessão dos armazéns fechados!
Como um domingo inglês na city, que desterros!

Sem canalização, em muitos burgos ermos
Secavam dejecções cobertas de mosqueiros.
E os médicos, ao pé dos padres e coveiros,
Os últimos fiéis, tremiam dos enfermos!

Uma iluminação a azeite de purgueira,
De noite amarelava os prédios macilentos.
Barricas de alcatrão ardiam; de maneira
Que tinham tons de inferno outros armamentos.

Porém, lá fora, à solta, exageradamente
Enquanto acontecia essa calamidade,
Toda a vegetação, pletórica, potente,
Ganhava imenso com a enorme mortandade!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

FAÇA LÁ UM POEMA

Em resposta à iniciativa lançada pelo PNL, no sentido de estimular a criatividade poética dos alunos e reconhecer publicamente o mérito dos melhores trabalhos, numa sessão pública dedicada especialmente à Poesia, recebemos vários trabalhos, tornando difícil a escolha dos textos destinados ao Concurso, por isso resolvemos publicar alguns trabalhos não seleccionados

Profissões
Quero ser pediatra
veterinária ou inventora
Quero ser comerciante
ou talvez professora
Quero viajar pelo mundo
pilotando aviões
ou talvez seja cantora
compondo lindas canções
Quero ser cabeleireira
e as clientes agradar
ou talvez seja mecânica
para muitos carros consertar
Quero ser actriz
para dar autógrafos a fãs
Quero ser pasteleira
para fazer bolos com maçãs
Quero ser fotógrafa
Para a vários países ir
Quero ser alguém na vida
mas ainda é cedo para decidir.
Ana Salvado, 7º. 2
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Companheira
Castanhos são os seus olhos,
Como o mel que a abelha produz.
O seu corpo é escultural
como uma linda avestruz
O seu sorriso é confiante
como o de uma criança
os seus lábios brilhantes
transmitem esperança (...)
Helen Moser, 9º. 3
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Paisagem
Seus olhos castanhos claros
Da cor do amendoim
Que passam o seu olhar
Sempre, sempre por mim. (...)
Seu corpo elegante
Seu coração aberto
Guardam lindas histórias
De um passado incerto
Adriana Tavares, 9º. 3
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Beleza inigualável
Mais simpática, é impossível
Como ela não há nunguém
E um sorriso incrível
Que mais ninguém tem
Olhar intenso como o luar
lábios suaves como chocolate
De nariz empinado para o ar
Características que ninguém bate
Alegre com a alma aberta
Realista como a verdade
Com a tristeza encoberta
Neste mundo de felicidade
Raquel Glórias, 9º. 3