quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Literatura e cultura moçambicana

 


Este romance de Paulina Chiziane apresenta-se como um mosaico colorido e de formas diferenciadas, à semelhança dos diferentes grupos étnicos de Moçambique.

Centrando-se no tema da poligamia, a autora vai revelando as nuances culturais da sua terra e fá-lo com graça, coerência e sem preconceitos, incorporando cada uma das mulheres a que dá voz.  

A figura que se evidencia é a protagonista da história, a esposa legítima do “polígamo”, Rami, que se lança no encalce das suas adversárias: Saly, Mauá, Ju, Lu …, mulheres do norte e do sul, mais livres ou mais submissas, que nos são reveladas com desassombro e curiosidade.

 O desenrolar da trama tem um propósito muito claro, mas que se vai desenhando de forma pouco linear, com avanços e recuos, que constituem patamares de reflexão e questionamento sobre o sentido da preservação dos costumes/tradição que representam uma clara violação dos direitos humanos, no geral, e dos direitos da mulher, em particular.

O olhar da autora reflete a fusão  entre a cultura do seu contexto original e a vivência política e cultural a que esteve sujeita.

sábado, 30 de agosto de 2025

Circe - uma viagem pelo mundo dos mitos homéricos


A leitura de “Circe” representou um desafio que encarei com um  misto de curiosidade e ceticismo. Curiosidade em descobrir mais sobre a história desta figura mitológica, apresentada e representada com grande mestria, quer no campo literário, quer no domínio artístico, por uma aluna, no passado ano letivo. O ceticismo  prendia-se  sobretudo à complexidade da trama de relações que ligam as personagens desta obra: os deuses, heróis e outros seres mitológicos que ganham vida através das palavras da escritora. A leitura de “Circe” não defraudou as minhas expectativas ao nível da informação rigorosa e do encadeamento de factos e ações, direi mesmo que as ultrapassou, em matéria de análise de características e ações das personagens, conferindo-lhes uma consistência tal que ganham contornos de intemporalidade.

Sem se desviar do contexto histórico, a autora usa as suas personagens para analisar e promover a reflexão sobre questões essenciais como a qualidade da natureza humana e dos valores que nos movem.

A finitude da vida humana versus a imortalidade das divindades é outro tópico de análise que perpassa a narrativa de ”Circe”, ela própria uma materialização dessa dicotomia: humano / imortal.

Ler “Circe” significa também uma viagem ao mundo fantasioso da mitologia clássica com uma multiplicidade de figuras interligadas por uma ordem e um sentido únicos, que somos convidados a conhecer.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

O que leem os adolescentes...

Centenas de adolescentes, sózinhos ou acompanhados com adultos, esperaram pacientemente numa  longa fila para abter um autógrafo da autora dos livros do momento: Maidy Lacerda (pseud. de Yara), uma jovem brasileira de 28 anos que tem  cativado esta faixa etária com a sua forma de comunicar, qual estrela de um firmamento onde só alguns conseguem brilhar.




Feira do Livro de Lisboa


É um caso de sucesso, esta Feira do Livro que conta já 95 anos de existência!
Frequentadora regular, amante de leitura e de livros por excelência, é com muita satisfação que tenho observado a expansão deste acontecimento que anima a capital no mês de junho, o seu mês por excelência e, curiosamente, o meu também.
Mesmo quando desejaria ter menos pessoas à minha volta, disputando um espaço que se estende (mas não se alarga) pelo monumental Parque Eduardo VII, não deixo de me sentir contente pelo sucesso da iniciativa, incrementada com múltiplas artes e divertimentos,sem beliscar o protagonismo do Livro.





segunda-feira, 2 de junho de 2025

O caminho dos livros: "Oamante de Lady Chaterlley

 

O livro de D. H. Lawrence prendeu a atenção das alunas do 12º 6, Érica e Luana, depois de vencida a dificuldade inicial para "entrar " na narrativa. O retrato social da Inglaterra pós I Guerra Mundial, desafiada a ultrapassar o conservadorismo característico da monarquia, em nome dos valores  emergentes, próprios de uma nova ordem social, que se impôs na década de 1920, constitui o pano de fundo do romance, onde se destacam as figuras femininas que se impõem pela sua força transgressora de regras e tabus fortemente enraizados.



domingo, 25 de maio de 2025

A IA e os estereótipos : reprogramar sem rótulos

 




No dia 23 de maio, os alunos das turmas 5 e 6 do 8º ano, orientados pela professora de português e com o apoio da biblioteca, realizaram um debate em formato de mesa redonda subordinado ao tema "A IA e os estereótipos..." , distribuindo entre si os papéis a desempenhar (moderadores; oradores:; secretários...) e investigando sobre o tema para prepararem argumentos sólidos, necessários para a construção de uma verdade. A sua prestação foi muito boa e a sessão decorreu com tranquilidade mas de forma bastante animada. 




quarta-feira, 14 de maio de 2025

Reprogramar : sem rótulos

Os  alunos das turmas 5 e 6 do 8º ano desenvolveram trabalhos no âmbito da iniciativa 7 Dias com os Media, cujo tema era: "IA, eu Penso". Refletiram sobre o efeito dos algoritmos na consolidação de estereotipos relacionados com as profissões, o sexo, a cultura, o racismo..., preparando os conteúdos de uma mesa redonda a realizar com a participação de ambas as turmas.