sábado, 27 de outubro de 2012

Conversas à 4ª f: - A crise económíca


O professor Arménio Carreira iniciou a conversa sobre a crise económica, referindo as principais causas que podem levar um Estado a chegar a uma situação em que lhe faltem os recursos económicos. Esclareceu que, quando essa situação se agrava, surge a necessidade de pedir ajuda externa, o que implica o endividamento, não só relativo ao montante da quantia emprestada, como também dos respectivos juros. Para fazer face às obrigações decorrentes da necessidade de proceder ao pagamento destas dívidas, os governos exigem o cumprimento de medidas que afectam inevitavelmente a vida das empresas, dos trabalhadores e das famílias.



Uma vez que, em Portugal, estamos a viver os efeitos de uma crise desta natureza, acentuada pelas medidas de austeridade impostas pelo governo, o professor Arménio Carreira promoveu o debate da questão, solicitando aos alunos que manifestassem as suas opiniões a respeito deste assunto, e que apresentassem medidas alternativas, que considerassem poder revelar-se eficazes para combater a crise económica no nosso país.

Os alunos presentes, mostraram estar bem informados sobre a realidade nacional, e expuseram opiniões fundamentadas, de entre as quais se podem destacar as que se centraram em medidas como a mudança de governo, a criação de oportunidades para os jovens entrarem no mercado de trabalho, o aproveitamento dos recursos naturais, o aumento das exportações, e o consumo de produtos nacionais.

O professor Arménio Carreira foi aproveitando as intervenções dos alunos para validar a pertinência das que foram formuladas com mais rigor e convicção, tendo elogiado a participação de todos.

Manuela Silva

A Biblioteca Escolar: uma chave para o passado, presente e futuro


"Outubro é o mês em que se comemora a Biblioteca. O nosso contributo para essa comemoração, será a redação de textos alusivos a esse espaço a que, de alguma forma, estamos ligados."
Assim sendo, a tarefa proposta aos alunos do 7º 2, no âmbito do projeto de escrita criativa, consistiu em escrever um texto de 100 a 200 palavras, iniciando-o com uma das seguintes frases:
"Eu sou a Biblioteca e esta é uma página do meu diário:"
"Eu sou a Biblioteca do passado..."
"Eu sou a Biblioteca do presente..."
"Eu sou a Biblioteca do futuro..."
"Eu sou uma estante de livros. O meu sonho é poder,um dia,viver numa Biblioteca"

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Mário de Carvalho no Câmara Clara

Mário de Carvalho, o convidado do programa Câmara Clara, no dia 21 de outubro, foi desafiado a falar das suas mais recentes obras, O Varandim, seguido de Ocaso em Carvangel e a pronunciar-se sobre as leituras preferidas, em particular no que respeita aos autores clássicos, entre os quais Mário de Carvalho destacou dois expoentes da literatura portuguesa do século XIX, a saber, Camilo Castelo Branco (comemoração dos 150 anos da publicação do Amor de Perdição) e Eça de Queirós. Questionado sobre o seu percurso político, associado ao partido comunista, a propósito da realidade atual, o autor admitiu uma falta de identificação com a prática partidária e esquivou-se a dar respostas diretas às questões de opinião colocadas por Paula Moura Pinheiro.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ciência e Literatura - um diálogo (im)possível?!




O projeto "E o céu aqui tão perto:diálogo entre Ciência e Literatura" teve no dia 18 de outubro o seu primeiro momento de encontro das duas turmas envolvidas (10º2 e 10º 6) e respetivos professores, introduzido pelas palavras de Rui Bastos, um ex-aluno da ESBF, convicto colaborador do LCV e amante de muitas e variadas leituras mas com particular inclinação para o género "ficção científica". Depois do "seminário", alunos e professores conviveram e saborearam um "lanche temático" .




«As diferenças entre a Ciência e a Literatura dificilmente podiam ser maiores. Se por um lado as Ciências exigem rigor, objectividade e o seguimento de regras exactas, as Letras são muito mais liberais, subjectivas e com uma certa tendência para o desprezo pelas regras. E no entanto são duas áreas que não só se misturam frequentemente, como o fazem facilmente, devido a uma série de pontos comuns que as ligam apesar das diferenças. (...)
Pessoalmente acho que é algo complicado de explicar, mas a Astronomia, para mim, é um exemplo perfeito da união e da complementaridade de ambas as áreas. Ainda para mais quando essa sintonia resulta num género literário como a Ficção Científica, do qual sou um aficionado e que já me providenciou das melhores leituras da minha vida. Livros como 2001 – Odisseia no Espaço, de Arthur C. Clarke, são para lá de geniais… Este em particular é uma verdadeira obra-prima da literatura, com algumas das melhores descrições do espaço que eu já li. A forma como o autor nos faz viajar por entre as estrelas, como se estivéssemos de facto a espreitar pela janela de uma nave espacial é divinal. E o livro tem um rigor científico fora do comum para uma obra de ficção.
            Já para não falar de Júlio Verne e dos seus livros Da Terra à Lua e À Roda da Lua, com uma Ciência minimamente plausível e descrições espaciais, nomeadamente lunares, simplesmente fascinantes e perfeitas. E a quantidade de livros sobre os quais ainda podia falar torna ridícula a ideia de que a beleza não existe na Ciência, ou de que a Literatura é incapaz de captar a sua essência. Porque ambas as áreas não passam de duas faces da mesma moeda, ou de duas abordagens diferentes para fazer exactamente a mesma coisa: perceber o Mundo que nos rodeia.
            Isto leva a que da mesma forma que posso dizer que há poucas coisas tão diferentes como a Literatura e a Ciência, posso também afirmar sem qualquer peso na consciência, que é ainda mais complicado encontrar duas coisas que sejam, ainda assim, tão semelhantes.

Rui Bastos


Deus? O que é isso - Conversas à 4ª feira


Dando continuidade ao projeto iniciado no dia 10, realizou-se o 2º encontro dinamizado pelo professor de Filosofia, Luís Ladeira e que contou com a presença de duas turmas de 11º ano e alguns alunos do 12º ano, para além dos professores a lecionar as turmas nesse horário, as professoras responsáveis pela iniciativa e outros docentes e funcionários que participaram na "Conversa", à semelhança do que se passou na 1ª sessão. O tema era aliciante e suscitou alguma inquietação nos alunos que, esperando respostas, saíram com dúvidas acrescidas ou a consciência da complexidade desta questão, do que nos dá conta o texto síntese do orador:


Deus, o que é isso? Ou deus, o universo e eu
O universo é um absoluto. Isto é, o universo não pode ter nem começo nem acabamento, nem pode ser limitado.
Um tal ser é um absoluto. Mas não vale a pena remeter esse absoluto para fora do universo, por dois motivos:
1-    Esse absoluto exterior (transcendental) ao universo é tão incompreensível como um universo absoluto (pois, em qualquer dos casos, nós não temos (ou ainda não temos) categorias de pensamento que apreendam o significado de absoluto)
2-    Um universo não absoluto é não apenas incompreensível como é também um absurdo.
É absurdo falar de um universo que nasce, se expande e se retrai num dado espaço e através do tempo (se espaço e tempo pré-existissem então já existiria universo), tal como é incompreensível pensar num universo limitado (o que quer que o limitasse também seria universo).
Donde, se não tem sentido falar de uma realidade transcendente ao universo, de um puro espírito eventualmente criador do universo, é porque o universo não é apenas astrofísico e as suas vertentes limitadas e temporais são apenas formas de um estado do universo, mas não o esgotam. Os teístas, os que querem remeter para uma ser transcendental a razão de ser do universo, acabam por reduzir este a uma realidade apenas física, separando matéria e espírito. Os que contestam o teísmo, ateus ou ateístas, por sua vez, laboram no mesmo pressuposto de separação da matéria e espírito, ajuntando porém boas razões para duvidarmos da existência dum puro espírito criador da matéria. Mas apenas o agnosticismo, rejeitando o deus transcendente, acrescenta a dimensão de absoluto ao universo, pois que o suspeita com dimensões que ultrapassam a finitude da matéria, tal como a nossa experiência quotidiana no-la apresenta. O agnóstico rejeita a transcendência, mas «descobre» o absoluto imanente. E nesse absoluto se reconhece a si mesmo como ser do universo que é.
Luís Ladeira  

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Utopias/Distopias - O motor da mudança ...?

O programa "Câmara Clara" acolheu a Professora Fátima Vieira para falar sobre Utopia(s),  num tempo em que o discurso de austeridade parece querer obnubilar todas as alternativas que podem deixar ainda alguma réstia de esperança na vivência quotidiana.
Apontaram-se vários livros e autores significativos desta temática, desde a obra de Thomas More, que criou o conceito e a palavra, até à imensidade de títulos que foram publicados durante o século XX: "Nós" de Zamytin; "Admirável Mundo Novo" de A. Huxley; "O Processo" de Kafka, entre muitos outros.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Conversas à 4ª feira: "Sente-me, ouve-me e vê-me"



"É triste dizê-lo, mas não sei sequer que nem de mim sei. (...)
Sou um simples..."

Dia 10 de Outubro de 2012 foi uma data histórica para a nossa Escola. É que teve lugar, a primeira Conversa à Quarta-feira, projeto pensado para promover a discussão, aberta a toda a escola, de assuntos de interesse geral.
Foi neste âmbito que o professor José Carlos Maurício dinamizou uma sessão, na qual nos brindou com a sua criatividade e boa disposição.

A sessão teve início com a leitura de um texto que, a todos, à primeira vista, pareceu hermético, já que ninguém conseguia identificar quem era o sujeito da enunciação (e parecia ser suposto que conseguisse). No entanto, a discussão que o dinamizador promoveu, partindo de um diálogo com um objeto (um caixote do lixo), levou à constatação de que, afinal, o público presente sabia identificar as relações que o dito objeto podia estabelecer com diferentes áreas do conhecimento. Assim, o caixote do lixo foi apreciado enquanto paralelepípedo, enquanto símbolo da proteção do ambiente, enquanto proteção da saúde e da vida (através do saco que protegia o seu interior), enquanto elemento passível de observação cromática, enquanto objeto proveniente de uma construção metalúrgica, entre outros.


Dada por concluída esta discussão, o professor dinamizador sugeriu que o texto voltasse a ser lido. Foi então que, ao chegar ao final, todos em coro, surpreendentemente, identificaram que o sujeito da enunciação era… o caixote do lixo. O que deixou como ensinamento, entre outros, de que o diálogo e a questionação são um ponto de partida essencial, não só para o conhecimento, como também para a exposição.

Numa segunda parte da ação, o professor Carlos Maurício conduziu o auditório para a entrada da Biblioteca. Estando o caixote do lixo colocado sobre uma mesa, os intervenientes dispuseram-se em semicírculo, segurando a folha do texto. Depois de a amarfanharem, tentaram projetá-la para o interior do caixote. Obviamente que ninguém acertou, tendo as bolas de papel permanecido no chão. Foi então que o professor Maurício colocou, frente ao caixote, uma placa com a inscrição “ÉS O MAIOR”, declarando o resultado desta ação como sendo uma obra de arte.



O que todos aplaudiram.                        
   
Fernanda D. e Manuela S.- autoras do Projeto "Conversas à 4ª feira"

domingo, 7 de outubro de 2012

Rui Cardoso Martins - Autor de Outubro 2012

Escritor, jornalista ("Público") e argumentista português: foi um dos escritores do programa Contra Informação, da RTP 1. Rui Cardoso Martins escreveu o guião de "Zona J" para o cinema e (em parceria) o da longa-metragem "Duas Mulheres".


O seu primeiro livro, "E Se Eu Gostasse Muito de Morrer" foi publicado em 2006 e o segundo, "Deixem passar o homem invisível", foi premiado com o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores/Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas. De igual modo, a sua obra "Se Fosse Fácil Era Para Os Outros" (2012) merece destaque entre as mais recentes publicações de autores portugueses.