quinta-feira, 17 de maio de 2012

O gosto da poesia


















   Concha

Concha, meu ser, minha eternidade...
Velha que estás da mesma brisa...
Em ti consigo observar toda a solidão que me abalou;
Todos os perigos e obstáculos do Mundo,
Num pequeno e curto espaço do ar...
Com todos os bocados espalhados pelos cantos da Terra!
Porque não vais ao encontro de ti mesma?

Percebo a insegurança com que estás no meu peito...
Percebo que o teu fado não é junto de mim...
Mesmo que já só reste um bocado de ti,
Ainda tens um espaço guardado no meu corpo...
Eu sei que preferes ir à deriva das ondas mas,
Já é tarde...
As peças que desapareceram de ti,
Amparadas pela desilusão,
Tiveram força e vontade suficiente para enfrentar a Vida!
Mas eu não o consigo fazer. Desculpa!...

És o meu reflexo...
Não te quero magoar mais!
Por isso não abro as duras portas da Vida;
Só para te poupar!
Tu és eu, eu sou tu...
És o que me resta de mim!...
                                         Madalena (9º.4) 
Madalena

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