terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Poema "Partir"

Partir…

Deste velho cais
Parte uma parte de mim,
Para aquele fundo horizonte sem fim!
Talvez volte… Talvez não…
Para quê pensar assim?!

Toda a minha existência
É feita de ilusões…
Toda a minha liberdade
É feita de questões…

Enfim… Assim posso querer partir
Destas velhas recordações.
Posso tentar chegar,
Onde sempre sonhei ir…

Despeço-me agora
De todos os meus pesares.
Apresento-me então
A todos os meus pensares!

Despeço-me de mim mesma
Para assim poder chegar
Onde aquele tumultuoso azul
Me quiser levar…
(Mesmo com rumo à felicidade
Nunca se sabe a vontade do mar…)

Persistência e segurança, onde estão?!
Agora que já partiu para o horizonte sem fim,
Talvez aquela parte que partiu
Queira um dia regressar para mim…


Madalena Almeida (aluna do 9º ano)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cartas com destinatários extraordinários


Os alunos do 8º 3 tiveram de responder ao desafio de escrever uma carta para um destinatário desconhecido e "extraordinário". Foi um exercício que apelou à sua imaginação, muito embora tivessem sido apresentadas algumas sugestões de destinatários possíveis.
A professora de Português, selecionou os melhores trabalhos: um texto dirigido ao mar, da autoria de: Daniela Carvalho, Inês Rebelo e kenny Rosa e outro, cujo destinatário era uma banana, redigido pelo grupo do Miguel Brás, do Jorge Alves e do José Correia.

                                                                         Texto 1
                                                                                                   Porto Covo, 9 de Setembro de 2015

Querido Mar:
Olá, como estás? Como não tenho sabido nada de ti, tenho par te dizer que gostava de ir ter contigo mas está muito frio e tenho estado constipado e por isso é que ainda não fui! Gostava de saber se tens transportado muitas mensagens e se os peixes estão bem. Tens tido muitas ondas? E os surfistas gostam de ti? Espero que sim. E tesouros? Quantos barcos já se afundaram? Esses tesouros como são? Que novidades temos por aí? Quero saber tudo!Aqui pela terra está tudo normal não existm novidades! O meu amigo Alexandre manda-te beijinhos. Até ao Verão. Beijinhos.
Do teu amigo Gonçalo.



                                                                      Texto II
                                                                                             Bananolância, 33 de Setembro de 2739

Querida Banana:

Olá, como, estás? tenho saudades do resto da tua espécie. Desde que os macacos vos comeram a todos, menos a ti, tu, que sobreviveste à grande guerra do Brazil.
Agora estou num campo de concentração para [transportados] da guerra e acho que vi a tua irmã morta, já descascada no meio da estrada. Como sou teu amigo, coloquei-a no lixo. Espero que estejas a reproduzir bem para retomarem a guerra e vencerem finalmente o império macacanês.
Eu cá estou a fazer a minha parte construindo uma arma com pêlo de macaco e bals de caganitas que eles deixam no chão. E enquanto isso, eles substituíram todos os filmes originais pelo planeta dos macacos, sei que é um bom filme mas já estou farto!
Espero que a espécie das bananas e os seres humanos vençam esta luta frente aos macacos para os seres humanos voltarem a cultivar as bananas e voltarmos a comer-vos.
Os teus amigos de longa data:
Miguel, Jorge e José                                           



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Hélia Correia e Jaime Rocha - uma inspiração comum

A convidada do "Câmara Clara" no dia 19 de Fevereiro de 2012, autora, cultora de temas clássicos (gregos) e admiradora da personagem feminina que preencheu o universo literário e artístico da Irmandade Pré-rafaelita, Lizy, fala de como se apropriou desta personagem, desde que travou
conhecimento com a "Ofélia" de Millais até à redação do seu livro "Adoecer".
Hélia Correia assume-se muito próxima dos românticos, sobretudo ingleses, do seu fascínio pelas ruínas, da disrupção que representam e explica a relação dos temas “antigos” e novecentistas na sua obra pela convivência mútua, pela apropriação simultânea de algumas personagens.
De igual modo, Jaime Rocha, representa em  “Necrophilia” um  Universo poético de inspiração pré-rafaelita. Trata-se de uma construção literária que pretende fazer a recuperação de uma época e de uma mentalidade.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Fernando Pessoa - Plural Como O Universo


Carlos Filipe Moisés, escritor brasileiro, é, juntamente com o norte americano, Richard Zenith, curador da exposição recentemente inaugurada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Convidado do "Câmara Clara", no dia 12 de fevereiro, explica os pressupostos do sentido desta exposição que pretende apresentar uma pluralidade de abordagens para a construção de narrativas pelos visitantes que são impelidos a uma divagação labiríntica, entre textos, imagens e representações fragmentadas que constituem os diversos "Eus" pessoanos:
"Conhece alguém as fronteiras da sua alma para que possa dizer eu sou eu?".
A montagem desta exposição contou também com a colaboração da Casa Fernando Pessoa, cuja ação foi explicada pela sua diretora, a escritora Inês Pedrosa.
A riqueza da Língua Portugueesa é o objeto da exposição do Museu  da Língua Portugusa, existente em S. Paulo desde há meia duzia de anos. Em Portugal, também se tem pensado a criação de um Museu congénere, tendo surgido já diferentes propostas de locais, na cidade de Lisboa e noutras localidades.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Quando o Diabo reza - Mário de Carvalho

A mais recente obra de Mário de Carvalho é um divertido romance com 12 capítulos, que o autor denominou de "vadiário breve" e onde dá conta das malandragens próprias de quem vive de expedientes, fazendo depender a sua sorte dos azares alheios.
É a vida familiar que tambem se questiona, relevando a fragilidade dos laços e o primado do interesse, associado às aspirações de uma melhoria de vida alcançada de forma fácil e gratuita.
http://aeiou.visao.pt/quando-o-diabo-reza-de-mario-de-carvalho-a-apresentacao-de-ricardo-araujo-pereira=f634973

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Haikai - a poesia do instante numa economia de palavras

A turma 2 do 8º ano respondeu com muito empenho e criatividade ao desafio de escrita de poemas Haikai, pelo que deixamos aqui vários exemplos da produção dos diferentes grupos de alunos:
Uma pétala:
Todo os seu perfume
Enche o mundo

Um pássaro:
Num céu infinito
Um bater de asas            (Cláudia, Rita, Inês, Joana Monteiro)


Marte brilha bem
Lá no cimo do céu e
os homens em paz

A noite vem lá,
O sol já se põe no céu.
Chega a tristeza             (Guilherme, Rúben, João, Bernardo Mendes)  


Luar da noite,
namorados beijam-se.
Amor acontece              (Ricardo, Daniel, Paulo)


Jovens na praia,
Peixes à volta.
Os tubarões chegam.  (Anaísa, Andreína, Andreia, Joana Costa)


Grande inverno frio
árvores hoje despidas.
Solidão nos montes
Gaivotas no mar
Oceano diamante
passos na areia         (Patrícia, Sofia, Bruno, Maria)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Charles Dickens - Comemorar o bicentenário

O programa Câmara Clara ,no dia 5 de fevereiro, foi dedicado ao famoso escritor inglês, Charles Dickens, desvendado e debatido pelas especialistas Alexandra Assis e Luísa Leal Faria que falaram da Obra e do Homem, bem como da importância das traduções. Neste encontro houve tempo ainda para penetrar nos bastidores da vida de Dickens, bastante elucidativos das temáticas abordadas e da moral prevalecente na época vitoriana, dominada pela figura absolutamente marcante da Rainha Vitória.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Teatro-debate

  
No dia 31 de janeiro o 8º. 2 participu com muito entusiasmo numa sessão de Teatro - Debate, dinamizada pela atriz Ana Rita Trindade. Trata-se de um instrumento, uma metodologia de dinamização da comunicação entre os alunos centrada em problemas concretos, na área da saúde, da segurança/violência, dos direitos/deveres dos alunos/crianças... Este trabalho integra o projeto de Formação Cívica, desenvolvido pela Diretora de Turma, Benvinda Marques, em articulação com o IAC. A temática abordada nesta sessão foi o "bullying": encenações muito curtas e expressivas, seguidas de reflexão e debate pelos diferentes grupos.
Na avaliação da atividade, todos os alunos expressaram o seu agrado e manifestaram vontade de repetir a experiência.

 
Um grupo de alunas do 9º 4 escreveu um poema inspirado no conto "a aia" de Eça de Queirós - um trabalho realizado no âmbito da disciplina de Português, com a professora Cristina Silva, a "três mãos" por três Joanas.

Naquela guerra aconteceu,

O inesperado momento,
O rei faleceu,
Deixou a rainha num tormento.
O príncipe recém-nascido,
O tio bastardo queria matar,
Queria que ele fosse esquecido
Subir ao trono e reinar.
No berço o principezinho,
Estava ao lado do escravozinho,
Filho de uma pobre escrava,
Que aos dois amamentava,
Numa noite de escuridão,
Sem nenhuma vacilação.
O bastardo o palácio invadiu,
Mas não foi o príncipe que atingiu.
A robusta da aia os berços tinha trocado,
Para salvar o príncipe de um mau bocado,
A rainha, com medo, explodiu,
Pensando que o seu filho se feriu,
A rainha saltou de alegria,
Ao ver o seu filho a salvo,
Ela, por fim, sorria,
Por o se filho não ter sido o alvo.
A aia agora muito tristonha,
A choramingar, a coitadinha,
Ela que não se componha,
Agora está sozinha.
Para a camara dos tesouros conduzida,
Para a escolha da recompensa,
Escolheria o seu filho com vida,
Ir ter com ele, ela pensa.
Encontrou e agarrou um punhal,
Fortemente com a mão,
Queria por um ponto final,
E ter com o seu filho do coração.
Então assim o espetou,
E com a sua vida acabou,
Ao seu principe foi dar de mamar,
Era assim o seu modo de pensar.

Joana Gonçalves
Joana Ferreira
Joana Carvalho