segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Há vida na Biblioteca


Apesar de não terem ficado entre os três primeiros classificados, os alunos do 7º. 2 (ano lectivo de 2019/2010) que participaram no passatempo promovido pela Visão Júnior, com apoio do PNL e da RBE, apresentaram um conjunto de trabalhos, com destaque para a reportagem subordinada ao tema acima mencionado, que merece uma referência especial neste espaço.

A nossa biblioteca é um máximo! Todas as semanas temos actividades novas!
"Integrada no projecto educativo e curricular da escola, a BE/CRE é um elemento activo, constituindo um centro de recursos informativos, formativos e recreativos susceptíveis de interagir com as actividades educativas e que contribui decisivamente para atingir os objectivos do sistema educativo: o sucesso escolar dos alunos (...) "
16:16 Quinta feira, 16 de Set de 2010
Se quiserem ler a reportagem integral ou enviar algum comentário, podem aceder aqui ao documento em PDF.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Autor de Setembro - Aquilino Ribeiro

“Mais não pude” – eis o epitáfio de Aquilino Ribeiro - o escritor considerado um verdadeiro “obreiro das letras”, uma força da natureza em matéria de inventividade literária - denotada através da plasticidade da escrita, capaz dar voz a personagens e recriar ambientes absolutamente distintos - e da acção política, comprometida com a defesa da liberdade e dos valores republicanos, o que lhe custou o exílio em diversos momentos da sua vida.

Salienta-se o papel de Aquilino Ribeiro na defesa da dignidade profissional dos autores portugueses, criando a Sociedade Portuguesa de Escritores, em 1956, o que lhe granjeou o respeito e a admiração de um significativo grupo de autores que propuseram o seu nome para o prémio Nobel. Nos antípodas desta manifestação situou-se a atitude dos representantes do Estado português, salazarista, autoritário e cerceador das liberdades, incapaz de conviver com as imagens menos positivas do seu funcionamento e que, por isso, não aceitaram a publicação do romance Quando os lobos uivam, instaurando um processo-crime contra o seu autor, o que desencadeou uma onda de protestos apoiados por cerca de 300 intelectuais portugueses e algumas figuras estrangeiras, como François Mauriac e Louis Aragon.

domingo, 19 de setembro de 2010

Autor de Setembro - João Pinheiro Chagas

Em ano de comemoração do centenário da República destacam-se algumas figuras que deixaram a sua marca indelével no painel dos ideais e das realizações da Primeira República Portuguesa. O mês de Setembro abre com a referência a João Pinheiro Chagas, um apóstolo da ideologia republicana, ao serviço da qual colocou a sua escrita jornalística, para além da sua acção política.
Percorrer as páginas do Diário de João Chagas – nome pelo qual é vulgarmente conhecido – é vivenciar alguns dos momentos mais marcantes da experiência republicana dentro e fora de Portugal, dado que o seu autor foi também um diplomata e um exilado em períodos menos favoráveis à sua forma de ser republicano, em Portugal, como aconteceu durante o governo do “presidente-rei” Sidónio Pais.
“A,s oito horas da fria e invernosa manhã que hoje esteve fui esperar o Bernardino Machado, exilado, à estação do caes d,Orsay. (…) veio com duas filhas, a Maria e a Gigi, espavoridas como avesinhas que tivessem apanhado um temporal. (…) e logo ali se desentranhou em apresentações, impingindo-nos dois officiais portugueses que vinham com elle no mesmo compartimento e que tinham talvez contribuído para a sua deposição! (…)” Diário de João Chagas, Janeiro, 1918

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A.Manguel e a Leitura


Entrevista de Alberto Manguel ao jornal Público, aquando da sua passagem por Lisboa para participar no “Festival Silêncio!” que ocorreu em Lisboa no passado mês de Junho e onde o leitor/escritor falou sobre esse assunto sério que é a escrita/leitura, a pretexto de comentar a sua mais recente obra publicada Todos os Homens São Mentirosos, tendo como interlocutor outro senhor das letras, Francisco José Viegas.
Destacam-se alguns excertos:

Penso que somos animais leitores. Vimos ao mundo com uma certa consciência de nós próprios e do que nos rodeia e temos a impressão de que tudo nos conta histórias: a paisagem, o rosto dos outros, o céu, em tudo encontramos linguagem. Tentamos desentranhá-la, tentamos lê-la. Nesse sentido, não podemos existir enquanto seres humanos sem a leitura. Inventámos a linguagem escrita, a linguagem oral, para tentarmos comunicar essa experiência do mundo, para nos contarmos histórias e através delas, falar dessa experiência. (…)
Opinião do autor sobre o estudo dos clássicos:

Os grandes clássicos não foram escolhidos por ninguém; não há um comité que decide que Homero é importante. O que houve foram cem gerações de leitores que disseram que esse livro é importante. É isso que define o clássico, é a obra que não se esgota junto dos seus leitores. E isso continua a ser importante, embora muitos leitores – e muita gente – não o reconheçam. (…)

A nova geração continua a ter gosto pela leitura. Para o ser humano, o instinto de sobrevivência não se resume à necessidade de comer e beber; também inclui a necessidade de pensar. E isso é verdade seja onde for – aconteceu nos campos de concentração, acontece nas favelas mais pobres, acontece nas situações mais extremas. Continuamos a pensar, a criar, a interrogarmo-nos. E temos de lutar por isso. Não somos cegos; podemos dizer que não.