quinta-feira, 29 de abril de 2010

Abril em Portugal

Neste mês de Abril, a BE acolheu um ciclo de conferências subordinadas ao tema “As prisões do Estado Novo, a Resistência e o 25 de Abril”, uma iniciativa do Professor Jorge Martins, docente da ESBF, que trouxe à Escola um conjunto de convidados que partilharam as suas vivências e o seu conhecimento sobre o significado da privação de liberdade, estimulando nos alunos a curiosidade para aprofundar os assuntos que se relacionam com os condicionalismos da “Revolução dos Cravos”.
Tratando-se de testemunhos de natureza diferente, apresentados por pessoas distintas, quer quanto à situação socioprofissional, quer no que concerne à idade/experiência pessoal e política, sublinha-se um denominador comum nas suas apresentações: a defesa do valor da LIBERDADE, em nome da qual é preciso que não se apague algumas memórias, o que justifica esta e outras comemorações.
Diana Andringa, reputada jornalista, foi apresentada através da leitura do texto da sua autoria, publicado no blog “Caminhos da Memória”, onde a autora dá conta da sua prisão, em Caxias, no ano de 1963, durante 20 meses.
A comunicação fácil e entusiasta prendeu os assistentes: alunos, professores e funcionárias. O texto que se segue é um excerto que integra o trabalho publicado no blog:

"Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya" (Jorge de Sena)
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.

Artur Pinto que também integra a redacção do blogue e os grupos de trabalho da Associação – Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! (NAM), dinamizou a 2ª. sessão, com o apoio da esposa, também ex-presa política e que interveio para esclarecer alguns pontos da comunicação do marido.


Na 3ª. sessão contámos com a presença da realizadora (e arquitecta) Fernanda Paraíso, que acompanhou o visionamento de um documentário da sua autoria : “ Há 70 anos, o Tarrafal: os últimos sobreviventes, estreado na RTP2, a 29 de Outubro de 2007. A pesquisa documental que realizou (…), incidiu particularmente sobre o período decorrido entre o 28 de Maio de 1926 e a primeira leva de presos políticos, em 1936.” http://caminhosdamemoria.wordpress.com/editorial/

Na 4ª sessão, que teve lugar no dia 27 de Abril, a poesia da resistência assumiu uma expressão muito especial, através da interpretação do actor Jorge Sequerra, que nos seduziu com a força das suas palavras, mostrando como a poesia pode ser envolvente e dinâmica .
Com o vídeo criado pelo Professor Jorge Martins, percorremos algumas das músicas mais significativas da Revolução de Abril.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Arte, liberdade e pureza...

No mês de Abril, a inspiração solta-se e ganha forma, originando uma significativa produção de textos poéticos, escritos e partilhados pelos alunos.
A pureza

A arte é livre e pura,

Cada movimento de quem a faz ,

Tem um sentimento, que perdura,

No eterno tempo,

Sem fim...

André Batoca, nº. 2, 9º. 4

terça-feira, 27 de abril de 2010

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor - 23 de Abril

Para assinalar o Dia Mundial do Livro, os alunos da turma 1 do 12º. ano conduziram-nos numa viagem pela literatura portuguesa, iniciada na Idade Média, com a poesia trovadoresca, em direcção às experiências contemporâneas, introduzidas pela criatividade do Modernismo, de que foram lídimos representantes Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, entre outros.
A professora de Português, Lurdes Cardoso, acompanhou os alunos nessa maratona da leitura.

Adília Lopes foi uma das poetisas contemporâneas escolhida pelos alunos:

Minha avó e minha mãe
perdi-as de vista num grande armazém
a fazer compras de Natal
hoje trabalho eu mesma para o armazém
que por sua vez tem tomado conta de mim
uma avó e uma mãe foram-me
entretanto devolvidas
mas não eram bem as minhas
ficámos porém umas com as outras
para não arranjar complicações.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Autor do mês de Abril: Leonardo da Vinci


Nasceu em Anchiano ( perto de Vinci) a 15 de Abril de 1452 – morreu em Cloux em 1519

Pintor, anatomista, físico, engenheiro, inventor, arquitecto, escultor, cartógrafo, geólogo, astrónomo, compositor, poeta, matemático e.... cozinheiro.

Leonardo da Vinci é considerado um génio da cultura ocidental.

Autora do mês de Abril: Ana Luisa do Amaral

Ana Luisa do Amaral

Nasceu a 5 de Abril de 1956, em Lisboa, e vive, desde os nove anos, em Leça da Palmeira.
É Professora Associada na Faculdade de Letras do Porto.
Doutorou-se sobre a poesia de Emily Dickinson e publicações académicas (em Portugal e no estrangeiro) nas áreas de Literatura Inglesa, Literatura Norte-Americana, Literatura Comparada e Estudos Feministas. Integra a Direcção do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa.
É autora de livros de poesia e livros infantis e está representada em inúmeras antologias portuguesas e estrangeiras.
Em 2007 obteve o Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas com o livro A Génese do Amor e foi galardoada em Itália com o Prémio de Poesia Giuseppe Acerbi. Em 2008 foi distinguida com Grande Prémio de Poesia da APE - Associação Portuguesa de Escritores com o livro Entre Dois Rios e Outras Noites.

A leitura bate à porta

“A leitura bate à porta”, uma das iniciativas que envolveu vários alunos de diferentes turmas do 3º. Ciclo, na Semana da Leitura, festejada entre 22 e 26 de Março, mas prolongada pela primeira semana de aulas do 3º. Período, para algumas turmas que não tiveram oportunidade de participar no período inicialmente previsto, mas não quiseram perder a oportunidade de partilhar com outros colegas as suas leituras.
Os alunos controlaram o nervosismo devido à exposição para um público diferente dos colegas de turma e leram, com empenho, muita seriedade e alguma emoção, os textos poéticos ou em prosa, da autoria de escritores portugueses e estrangeiros ou redigidos pelos próprios alunos. Expuseram-se mas fizeram-no voluntariamente, com prazer e, para a maioria, com vontade de repetir o ensaio.
O livro e a leitura continuam a preencher um espaço muito importante na vida de todos nós, mesmo dos mais novos, que ainda não o querem admitir.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mia Couto e José Eduardo Agualusa: duas vozes, um texto

A propósito da 2ª. experiência de escrita conjunta de um texto para levar ao palco, Câmara Clara acolhe os dois nomes mais representativos da literatura africana de expressão portuguesa, naturais de Angola e Moçambique, respectivamente.
José Eduardo Agualusa e Mia Couto falam da sua experiência de trabalho partilhado, salientando a riqueza do seu resultado e a aprendizagem sempre muito valiosa. No entanto, divergem em absoluto quando o assunto é a forma de lidar com os fantasmas da colonização: para o primeiro, a palavra é um meio de exorcisar esses fantasmas e a exuberância expressiva dos angolanos é uma espécie de catarse, com vista ao esquecimento; enquanto o segundo se identifica com o silêncio dos seus conterrâneos moçambicanos.
Falar ou silenciar? Recordar ou Esquecer? Duas atitudes face ao mesmo problema diferenciam os povos de Angola e Moçambique , de que estes dois escritores são lídimos representantes.

Neste programa do "Câmara Clara" destacou-se a recente publicação do livro de memórias da autoria de Isabela Figueiredo, que nos transmite uma perspectiva de quem viveu a infância num contexto de opressão colonial, legitimada pela orientação política do regime, e teve depois de abandonar a sua terra natal, para escapar à violência imposta pelos "novos senhores" na fase da descolonização.